
"Que razões para um ancestral,
pequeno e singelo - quase
rudimentar - instrumento
tradicional de quatro cordas ser
hoje, numa escala global,
personagem relevante de
expressões artísticas
contemporâneas?
É que, de facto, num mundo de
músicas e de músicas do mundo, a
força que têm o Brasil ou
Cabo-Verde é inseparável da
presença acústica do cavaquinho;
e o americano ukulele do Havai,
neto migrante do tetracórdio
português - adiante se verá
porquê neto e não filho -, é
actual protagonista de um
poderoso movimento musical no
Mundo, sem que o seu vetusto e
sempre cantante avô, o
cavaquinho minhoto, deixe de ser
tocado no noroeste português de
forma única, irrepetível em
qualquer outro instrumento de
corda.
O que aqui se escreve pretende,
através de um conjunto de notas
e referências, lançar um olhar
sobre esta singularidade,
percorrendo e comentando as
voltas históricas, geográficas,
sociais e estéticas do
cavaquinho. Uma resposta à
questão que relaciona a tradição
com a contemporaneidade,
confrontando o antigo com o
moderno, falando de diálogos e
incomunicabilidades, de
convergências e conflitos.
Lance-se, então, um olhar às
andanças do cavaquinho, com a
certeza de que, mesmo quando se
fala do passado, é o presente
que nos interessa e mobiliza".
Esta é a Introdução do Livro
escrito por João Luís Oliva
e prefaciado por Salwa
Castelo-Branco.
Encontra-se disponível no
CD:
CAVAQUINHO.PT
(2014) |